Ser mãe é uma das experiências mais desafiadoras e gratificantes da vida. E também é uma das mais incertas e caóticas. Como podemos lidar com as mudanças constantes, as surpresas inesperadas e os problemas imprevisíveis que a maternidade nos traz?
Uma possível resposta é buscar a antifragilidade, um conceito que aprendi com o livro Antifragil de Nassim Nicholas Taleb. Neste livro, o autor explica que existem três tipos de sistemas: os frágeis, os robustos e os antifrágis.
Os frágeis são aqueles que se quebram ou se deterioram quando expostos a estressores e desordem. Os robustos são aqueles que resistem ou se mantêm quando expostos aos mesmos estressores e desordem. E os antifrágis são aqueles que se beneficiam ou se fortalecem quando expostos a estressores e desordem.
A antifragilidade é a propriedade de alguns sistemas de se tornarem mais fortes quando expostos a estressores e desordem. É o oposto da fragilidade, que é a propriedade de alguns sistemas de se tornarem mais fracos quando expostos aos mesmos estressores e desordem.
Como podemos aplicar esse conceito na nossa vida como mães? Como podemos nos tornar mais antifrágis e menos frágeis?
Eu vou compartilhar com vocês algumas ideias que eu tirei do livro e que eu tento colocar em prática na minha rotina. Espero que elas possam te inspirar e te ajudar a ser uma mãe mais feliz, confiante e adaptável.
1. Abrace a incerteza
A primeira ideia é abraçar a incerteza, em vez de tentar controlá-la ou evitá-la. A incerteza é inevitável na vida, especialmente na maternidade. Não podemos prever tudo o que vai acontecer com os nossos filhos, com o nosso trabalho, com a nossa saúde, com o nosso relacionamento, etc.
Tentar controlar ou evitar a incerteza pode nos levar à ansiedade, ao estresse e à frustração. Isso pode nos impedir de aproveitar as oportunidades e as surpresas positivas que a vida nos oferece.
É melhor aceitar a incerteza como parte da nossa realidade e aprender a lidar com ela de forma criativa e flexível. Podemos usar a incerteza como uma fonte de motivação, de curiosidade e de crescimento pessoal.
Podemos também usar a opção de escolha para nos tornarmos mais antifrágis. Quando se tem a opção de escolha, é possível ajustar a ideia, o plano, a estratégia, segundo as mudanças das circunstâncias.
É estar aberta a experimentar coisas novas, a mudar de opinião, a aprender com os erros.
A opção de escolha nos permite aproveitar as vantagens da incerteza, sem sofrer as desvantagens. Nos permite ser mais responsivas e menos reativas. Nos permite ser mais proativas e menos passivas.
2. Aprenda com os erros
A segunda ideia é aprender com os erros, em vez de temê-los ou negá-los. Os erros são inevitáveis na vida, especialmente na maternidade. Não existe uma mãe perfeita, nem uma receita infalível para educar os filhos.
Tentar evitar ou negar os erros pode nos levar à culpa, à vergonha e à insegurança. Isso pode nos impedir de melhorar as nossas habilidades e os nossos conhecimentos.
É melhor reconhecer os erros como parte do nosso processo de aprendizagem e usar eles como uma oportunidade de feedback e de correção. Podemos usar os erros como uma fonte de informação, de reflexão e de mudança positiva.
Podemos também aprender com os erros dos outros, especialmente dos nossos filhos. Eles são mestres em experimentar, errar e aprender. As crianças não têm medo de falhar, nem se deixam abater pelos fracassos. Elas usam os fracassos como combustível para tentar novamente, com mais entusiasmo e determinação.
Aprender com os erros nos permite ser mais resilientes e menos vulneráveis. Nos permite ser mais sábias e menos arrogantes. Nos permite ser mais humildes e menos orgulhosas.
3. Busque a simplicidade
A terceira ideia é buscar a simplicidade, em vez de complicar ou acumular. A simplicidade é uma forma de reduzir a complexidade e a confusão que podem nos fragilizar e nos estressar.
Tentar complicar ou acumular pode nos levar à sobrecarga, à dispersão e à insatisfação. Isso pode nos impedir de focar no que é realmente importante e essencial para nós e para os nossos filhos.
É melhor buscar a simplicidade como um princípio de organização e de priorização da nossa vida. Podemos usar a simplicidade como uma forma de eliminar o que é desnecessário, prejudicial ou distrativo. Usar a simplicidade como uma forma de valorizar o que é necessário, benéfico ou significativo.
Devemos buscar a simplicidade na nossa comunicação, na nossa alimentação, na nossa rotina, na nossa decoração, na nossa educação, etc. Podemos buscar a simplicidade em tudo o que fazemos, dizemos e temos.
Buscar a simplicidade nos permite ser mais eficientes e menos desperdiçadoras. Nos permite ser mais claras e menos confusas. Nos permite ser mais felizes e menos ansiosas.
Lembre-se:
Antifragilidade é a capacidade de, além de resistir aos desafios e dificuldades que surgem, se fortalecer e crescer com eles.
É uma habilidade que muitas mulheres têm de superar as adversidades e transformá-las em oportunidades. Antifragilidade é mais do que resiliência, que é a capacidade de voltar à forma original após uma deformação. Antifragilidade é evoluir a cada dia, aprendendo com os erros e se adaptando às mudanças.
Uma mãe antifrágil é aquela que não tem medo do risco, que sai da sua zona de conforto e arrisca, que respeita o seu tempo e o seu ritmo, que sabe apanhar e se levantar, que se preocupa com o próximo passo e não com o resultado final, que foca no aprendizado e não no sucesso.
Para saber mais, leia o livro!